A diminuição da renda durante o período da pandemia foi algo que atingiu muita gente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, a queda dos rendimentos foi maior entre aqueles trabalhadores que tem menor escolaridade.
Assim, aqueles que mais precisavam de estabilidade no momento da crise, viram seus rendimentos serem reduzidos. Isso aconteceu de várias maneiras e, em alguns casos, foi a diferença entre a demissão e a manutenção do emprego.
25% a menos
Segundo os dados do IBGE, no primeiro semestre de 2020, aqueles trabalhadores que não concluíram o ensino médio viram sua renda cair 25%. Com isso, eles precisaram sobreviver com apenas três quartos do que tinham nos meses anteriores.
O IBGE usou uma formula simples para chegar a esses números: perguntou qual era a renda habitual e quanto o trabalhador, efetivamente, recebeu em determinados meses.
Segundo o economista Matheus Souza, a situação é sombria, pois demonstra que os trabalhadores mais vulneráveis, que mais dependem do trabalho para sobreviver, foram aqueles que tiveram seus contratos suspensos ou uma jornada de trabalho reduzida.
Todo mundo perdeu
Os dados apontam, ainda, que até o mês de maio a perda de renda dos trabalhadores, de todas as escolaridades, estava em 18%. Em junho essa queda caiu para 17% e em julho era de 13%.
Os números são relevantes porque demonstram o tamanho do impacto da pandemia. Nos anos anteriores, desde que a avaliação começou a ser feita, no ano de 2012, a maior queda tinha sido de 3%, no ano de 2015.
Há situações piores
A avaliação feita pelo IBGE demonstrou também que, nos meses de maio e junho, aqueles trabalhadores considerados sem instrução, ou com apenas o ensino fundamental, viram suas rendas caírem até 40%.
Ainda que o auxílio emergencial tenha servido para ajudar muita gente, ele já tem data definida para acabar. Com isso, apenas uma retomada econômica eficiente poderá devolver a renda às pessoas mais vulneráveis.
Entretanto, há de se ressaltar que a retomada depende de estabilidade, coisa que a pandemia não oferece enquanto não houver vacina.