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Santander aumenta lucros, mas teme calote

O Santander Brasil está comemorando o lucro líquido de R$ 3.9 bilhões que registrou entre os meses de julho e setembro de 2020. O número dá conta de uma alta de 82,7% com relação ao trimestre anterior e 5,3% sobre o mesmo período de 2019.

O valor elevado veio da redução de despesas com reservas. Os analistas de mercado, entretanto, acreditam que a recuperação econômica ainda é incerta. Diante disso, o resultado, por ora positivo, pode se tornar insustentável ao longo do tempo. 

Uma das preocupações do Santander e de outros bancos é quanto a capacidade dos clientes de pagar as dívidas. Muitas delas foram prorrogadas no início da pandemia e voltam a ser cobradas agora, com força total. 

Inadimplência pode aumentar

Segundo Angel Santodomingo, vice-presidente executivo do Banco, ainda que os números sejam positivos, a instituição já trabalha com outros cenários. Um deles é que possa haver uma pressão sobre os indicadores de inadimplência. 

A carteira de títulos que foram prorrogados pelo Santander tem hoje um índice de inadimplência de apenas 5,1%. A ideia, no entanto, é que esse número tenda a subir com o passar do tempo. 

Banco ainda tem reservas

O Santander informou que, apesar de haver risco de inadimplência, ainda não houve necessidade de utilizar as reservas de R$ 3.2 bilhões criadas para lidar com a situação. Segundo Santodomingo, isso demonstra a capacidade de gestão de risco do Banco. 

As carteiras de crédito do banco estão crescendo (3.8%) e, por isso, o Santander está animado para os próximos meses. A expectativa é que, ainda que haja maior inadimplência, também haverá maior entrada de provisões extraordinárias.

Analistas entendem que reservas são poucas

Apesar da confiança apresentada pelo banco, os analistas têm apontado que as reservas do Santander são insuficientes para lidar com um eventual calote dos clientes devedores em grande escala.

Para eles, em um futuro próximo o banco pode precisar a elevar provisões. O resultado prático disso é que pode haver uma diminuição dos créditos concedidos, aumento de taxas e outras ações necessárias para aumentar os fundos extraordinários da instituição. 

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