O Governo Federal trabalha a passos largos para tentar varrer dos programas sociais brasileiros os nomes que remetem a antigos governantes. Por isso estão em pauta o Renda Brasil e a Casa Verde Amarela, para substituir Bolsa Família e Minha casa Minha Vida.
Focando no Renda Brasil, o governo espera conseguir que empresas ajudem o programa, doando recursos para família consideradas de baixa renda. Com essa participação, o governo espera conseguir atingir ainda mais pessoas.
A contrapartida
Segundo o governo, no entanto, o único benefício que uma empresa teria ao fazer a doação seria o receber o chamado “Selo Cidadania” como forma de reconhecimento. Não haveria qualquer incentivo fiscal ou disponibilização de subsídio.
O governo Bolsonaro mantém uma boa relação com o empresariado, mas parece ser muito difícil convencer empresas a doarem para um programa como este.
A grande reclamação dos empresários nos governos anteriores seria a de que o dinheiro do Bolsa Família adviria dos impostos pagos por eles e não teria retorno relevante.
Proposta do Ministério da Cidadania
A proposta envolvendo as empresas, no entanto, não vem da equipe econômica, mas sim do Ministério da Cidadania. O documento foi enviado ao Ministério da Economia no dia 13 de agosto e ainda permanece sob avaliação.
Segundo o documento, a ideia é envolver o setor privado e conseguir o apoio de particulares para auxiliar brasileiros que estejam em situação de vulnerabilidade.
Pela proposta, por meio do uso de inteligência artificial, uma empresa poderia elaborar os filtros do tipo de família que quer doar, utilizando por exemplo, perfil socioeconômico e localidade, e o dinheiro seria direcionado para elas.
Já deu errado antes
Apesar de louvável a proposta não parece ser muito promissora. Isso porque, além das críticas corriqueiras ao Bolsa Família, os empresários já tiveram outra oportunidade de fazer isso durante o governo Lula e o programa não funcionou.
Na época, o programa Fome Zero pedia a ajuda de empresas para ajudar a erradicar a fome no Brasil. Sem resultados concretos, o programa foi criticado até mesmo pelo Banco Mundial.