Programa de renegociação de dívida para países pobres é aprovado em reunião do G20


Em meio à pandemia do Covid-19, os países membros do G20 (grupo dos vinte países mais desenvolvidos do mundo) realizaram uma reunião virtual nessa sexta-feira (13/11), na qual foi tratado como pauta um projeto de fornecer aos países mais pobres uma possibilidade de renegociação de suas dívidas.

Após o debate, foi decidido pela aprovação do programa, que buscará traçar um regramento comum a todas as nações membras no sentido de estimular a renegociação das dívidas desses países, por meio de um estudo individual de cada caso.

A ideia seria observar de onde decorre a dificuldade para pagamento de cada país em particular e, então, viabilizar uma diminuição do valor da dívida ou, então, permitir um refinanciamento desta, promovendo uma facilidade às nações que seguem afetadas fortemente pela queda econômica característica da pandemia do Covid-19.

Medidas para facilitar o pagamento dos países pobres

Dentre as possíveis medidas debatidas na reunião, os países membros do G20 chegaram a considerar o cancelamento de algumas dívidas, em conformidade com a vontade do Banco Mundial e demais organizações que buscam a abolição total das dívidas.

Contudo, os ministros das Finanças do G20 apontam que a possibilidade de renegociação e estudo individual da dívida de cada país não significa, em princípio, o cancelamento desta, tendo como preferência incentivar melhor condições de pagamentos enquanto vigora a suspensão das dívidas.

Enquanto essa suspensão já é uma realidade, tendo sido suspensos os pagamentos das dívidas externas aos países do G20 por um período de seis meses, a contar do mês passado, o Banco Mundial mantém sua ideia de que a referida suspensão tenha duração de um ano.

Acordo é bem visto pelos departamentos econômicos dos países membros

O resultado da reunião representa um acordo histórico para a economia mundial, conforme expôs o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire.

Segundo ele, é a primeira vez que os principais credores dos países pobres se disponibilizam a promover a revisão de suas dívidas.

Foram incluídos no projeto 73 países que se beneficiariam dessa possibilidade de renegociação, sendo 38 deles nações africanas.