Nesta quinta-feira (20), as dúvidas do Federal Reserve, o BC americano, sobre o estado da economia americana manteve os mercados no vermelho, apesar de se ver uma recuperação nos índices europeus durante a manhã.
As minutas da mais recente reunião do Fed em julho, divulgadas ontem, atingiram o sentimento dos investidores, tendo em vista a probabilidade de que a rápida recuperação do mercado de trabalho vista em maio e junho se desacelerou.
O índice acionário S&P 500 havia batido marcas recordes nos primeiros dias desta semana, após os preços recuperarem seus níveis pré-pandemia.
Calafrio mundial
O sentimento baixista catalisado pelas minutas se espalhou para mercados asiáticos nesta madrugada e se estendeu aos mercados europeus, mas as ações destes ensaiavam uma recuperação nesta manhã.
Índices acionários mundiais e da região Ásia-Pacífico registraram as maiores perdas diárias em cinco semanas, conforme agregação da MSCI.
Já o índice pan-europeu STOXX 600 também caiu, com desvalorização de 0,8%.O índice FTSE 100, de Londres, ficou abaixo em 1,14%.
Uma série de autoridades do Fed declararam que talvez seja preciso aliviar ainda mais a política monetária para ajudar a economia americana a superar a pandemia de coronavírus.
Analistas destacam que não se pode esquecer que ainda estamos em meio a um dos maiores e mais severos choques econômicos já registrados. Assim, apesar do bom sentimento do mercado, essa história ainda não acabou.
Ainda, vale salientar que ainda estamos em territórios não navegados, com baixíssima visibilidade e muitos resultados possíveis.
Apesar do tom dovish, isto é, conivente a uma maior inflação e contrário a aumentos na taxa de juro, os yields do Tesouro Americano e o dólar subiram.
Intervenção mínima?
Os investidores pareceram focar na parte das minutas em que as autoridades negaram urgência a tomada de providências como controle na curva de juros ou metas.
O ponto chave para investidores, ao que dizem analistas de mercado, é se as políticas públicas adotadas pelo Fed serão suficientes para mitigar os efeitos econômicos da pandemia.
Muitas empresas estão correndo o risco de insolvência, de maneira que mais dívida no mercado, por mais barata que seja, não resolverá o problema, disse o gestor de fundo Brevan Howard, da BH Global.