A indústria brasileira ainda não encontrou o caminho para retomar as atividades como eram antes da pandemia. O ano de 2019 já não havia sido fácil e, mas em janeiro havia a ideia de que a recuperação poderia ocorrer. Aí veio a pandemia do coronavírus.
O cenário que se formou, então, é cheio de incertezas. Para os investidores, o momento é de cautela. Assim, tanto os governos quanto o setor privado precisaram se adequar, diante de uma recessão sem precedentes que tomou conta do país.
Retomada depende de crédito e paciência dos credores
Segundo Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Industria, a retomada da economia depende de alguns fatores. O primeiro deles, segundo Robson, seria de uma iniciativa que permitisse um maior acesso ao crédito.
Com as atividades paradas, a indústria viu diminuir sua capacidade de investimento e, agora, na retomada, enfrenta uma forte alta na matéria-prima e em insumos, principalmente os importados.
O segundo pronto é a necessidade de poder renegociar dívidas. Durante o período de quarentena, muitas industrias estagnaram completamente sua produção. Diante disso, as contas começaram a se acumular.
Conseguir pagar essas dívidas de forma mais amena ajudará a indústria a investir mais em sua capacidade de produção.
Reforma tributária também é necessária
Um dos pontos defendidos pela CNI, também, é a necessidade de aprovação de uma reforma tributária. A indústria reclama, há tempos, da necessidade de uma redução dos custos de produção.
Segundo Robson Braga, a redução de custos que poderia ocorrer com a reforma tributária poderia ajudar a alavancar a retomada econômica. O problema é que todos os setores querem ser beneficiados com a reforma tributária.
Governo não pode abrir mão de impostos
Desde que o atual governo assumiu, grande empresários têm sido beneficiados em menor ou maior escala por isenções fiscais. Uma reforma tributária em larga escala, todavia, impactaria diretamente a capacidade de arrecadação do governo.
O problema é que, após a pandemia, todos estão fragilizados, inclusive o governo brasileiro, que tem se endividado cada vez mais. Então, será difícil escolher os beneficiados pela reforma tributária.