A pandemia do novo coronavírus fez com que as obras relacionadas ao setor elétrico no Brasil se atrasassem. Segundo levantamento realizado, cresceu em 40% o número de linhas de transmissão que estão com o cronograma atrasado, nos últimos meses.
O setor de produção elétrico depende de muitos equipamentos que são importados. Como a pandemia atingiu todo o mundo, muito da importação foi prejudicado.
Sem material adequado, a construção de linhas de transmissão e usinas ficou muito prejudicada. Sem contar que alguns pedidos de materiais foram suspensos, enquanto que o isolamento social fez muitos trabalhadores desaparecerem dos canteiros de obras.
Os reflexos da pandemia
Considerando a situação dos trabalhos realizados no setor elétrico desde março, quando a pandemia chegou ao Brasil com força total, foi possível ver um aumento de 40% nos atrasos.
No caso dos cronogramas das instalações das linhas de transmissão, se em março já havia 25 obras atrasadas, em julho esse número já era de 35.
Já no caso da construção das usinas, no início do mês de março havia 323 obras que já não estavam seguindo os cronogramas corretamente. Em agosto o número já havia passado para 344.
Atrasos devem continuar
Apesar de ser possível verificar que há atrasos em virtude da pandemia, também é possível perceber que já havia muita coisa atrasada antes de tudo. Ou seja, o país já não estava cumprindo os cronogramas há algum tempo.
A situação deve piorar ainda mais, vez que, apesar de estar havendo um retorno gradual aos trabalhos, o distanciamento social tende a fazer com que as concessionarias responsáveis pelas construções solicitem adiamentos das obras.
São muitos os motivos para os adiamentos. Trabalhadores doentes, dificuldade na compra de materiais, diminuição da capacidade de investimento e diversos outros. Por isso, há pouca esperança de que as obras terminem no prazo.
Materiais chineses
Um dos problemas que o mundo todo percebeu durante a pandemia foi a dependência tecnológica que muitos deles tinham em relação a China. No caso do Brasil, a situação ficou bastante clara, quando começaram a faltar máscaras de uso hospitalar.