Não é de hoje que se sabe que o Brasil ficou à deriva durante a pandemia do novo coronavírus. Com os governadores tentando de tudo para se organizar e sem qualquer ajuda do governo federal, a situação aqui sempre pareceu pior que a de outros países.
Um estudo realizado por Alberto Cavallo, economista argentino que é professor em Harvard, demonstra que essa não foi apenas uma sensação. Segundo ele, em todo o mundo houve inflação decorrente da pandemia, mas no Brasil a situação foi pior.
O estudo
Para tirar suas conclusões, Alberto Cavallo avaliou 18 nações consideradas emergente, entre elas o Brasil, e comparou o aumento do custo de vida em cada uma delas. A ideia foi avaliar, especificamente, a inflação como resultado da pandemia.
No estudo, a diferença de preços no Brasil foi a maior, ficando em 0,88 ponto. O segundo lugar foi dividido entre Estados Unidos e Uruguai, com 0,82 ponto e em terceiro apareceu a Coreia do Sul, com 0,49.
Segundo o professor, o Brasil alcançou o topo da lisa por apresentar uma alta forte no preço dos alimentos, que chegou a 9% anuais no mês de maio, e uma queda brusca no custo de transporte, que chegou a 2,5%.
Com o aumento do consumo de alimentos, em virtude da quarentena, e a diminuição dos gastos com transporte, o que ocorre é que o índice acaba ajustado para demonstrar a inflação.
Brasil está pior
Cavallos informou ainda que os números são parecidos entre os países analisados, mas o Brasil enfrenta um problema que é o fato de ter divergências setoriais mais acentuadas e também mais persistentes.
Previsão para o futuro
O Brasil está vendo o preço dos alimentos disparar nos supermercados e, ao que parece, há pouca chance de que as coisas voltem ao normal em curto espaço de tempo. A pandemia deve durar mais algum tempo e o dólar alto não tem ajudado.
A incerteza causada pelo vírus deve manter a situação instável, de modo que, uma eventual volta à quarentena forçada pode piorar a situação.