A relação entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, nunca foi das melhores. De tempos em tempos, uma calmaria paira sobre ambos para, depois, as rusgas ressurgirem ainda mais fortes.
Por trás de tudo isso está a visão econômica de Paulo Guedes, que não consegue validação na avaliação de Rodrigo Maia. Guedes sempre fala muito, mas apresenta poucos projetos e, quando apresenta, há falhas indefensáveis, principalmente quanto ao custeio.
Guedes fala muito e trabalha pouco
Alguns dias atrás Paulo Guedes foi retirado à força de uma entrevista por dois oficiais do exército que hoje trabalham para Bolsonaro. Disse que não era nada demais, mas suas ações seguintes tem demonstrado que, aparentemente, algo mudou.
Tendo Maia como alvo, Guedes afirmou que Maia teria feito um acordo com a esquerda e que, nesse acordo, teria decidido que trabalharia contra as privatizações.
O problema é que Paulo Guedes, até hoje, enviou apenas um projeto de privatização para a Câmara. Ou seja, se ele tivesse enviado mais projetos, eles provavelmente seriam pautados.
Rodrigo Maia diz que Guedes está desequilibrado
O presidente da Câmara, apesar de sempre muito ácido em seus comentários, tentou manter diálogo com Guedes nos últimos meses. A Maia agrada a ideia de ser o homem que liderou grandes reformas no país. No entanto, a paciência parece ter esgotado.
Maia já afirmou ao governo, também, que uma proposta de novo imposto, defendido por Bolsonaro, não passará no Congresso. Tudo isso tem feito a relação entre ambos azedar ainda mais.
Maia diz que Guedes atrapalha as reformas
Rodrigo Maia afirmou que tentou contato com a equipe econômica de Paulo Guedes para tirar dúvidas sobre o projeto da reforma administrativa. Descobriu que Paulo Guedes proibiu os membros da equipe de conversarem com ele.
Segundo Maia, havia um almoço marcado para tratar sobre o assunto com o secretario do tesouro, mas secretários da economia foram proibidos de comparecer.
Economia sangra
Enquanto a política permanece forte em Brasília, a economia brasileira enfrenta as dificuldades decorrentes da pandemia e seus efeitos.