Cada vez mais é possível identificar um aumento no número de pessoas que decidem investir parte de suas finanças pessoais no mercado financeiro. A popularização da prática de investimentos de pessoas físicas na Bolsa de Valores é uma realidade que se fez ainda mais presente durante a pandemia do Covid-19.
Junto com isso, cresceu também a tendência por parte de influenciadores digitais de explorar o ramo e usar suas redes sociais para oferecer dicas e sugestões a respeito de possíveis investimentos que poderiam ou não ser lucrativos e rentáveis.
Diante desse cenário e de reclamações diversas sobre essa atuação das figuras famosas nas redes sociais, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) se manifestou nessa quinta-feira (11/11) que a respectiva atividade pode ser caracterizada como exercício irregular da atividade de analista de valores.
Documento explica e delimita o enquadramento de atividade irregular
Conforme o exposto no ofício circular divulgado pelo órgão, o primeiro objetivo é deixar claro quem deve se preocupar com a possibilidade de estar praticando a atividade de análise de valores mobiliários de forma irregular.
Para que houvesse o enquadramento, seria necessário identificar alguns padrões que reconhecessem o caráter profissional da atividade, tais quais: prestar esses serviços habitualmente, em troca de dinheiro (por mensalidades, anuidades, etc), com cobrança de taxas para acesso ao conteúdo.
Se for o caso, faz-se necessário que o profissional esteja credenciado na CVM para que possa estar oferecendo informações e sugestões desse cunho em suas redes sociais.
Monitoramento pela Comissão de Valores Mobiliários
Frente ao contexto de grande atuação nesse sentido de influenciadores não capacitados para tal, a CVM se manifestou no sentido de que não procurará censurar os perfis online, mas sim observar essas atividades e agir para evitar que continuem sendo feitas de maneira irregular.
“Sinto que existe uma expectativa de alguns investidores no sentido de que a CVM seja quase um órgão de censura. A internet é um ambiente livre. O que nos interessa é a atividade profissional, que exige capacitação e credenciamento”, disse Daniel Maeda, superintendente de Relações com Investidores Institucionais do órgão.