A indústria brasileira está encontrando dificuldades para encontrar componentes e matéria-prima para manter sua produção em dia. Diante disso, a Associação Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica (Abinee) acredita que seja possível parar as atividades.
Para 75% das empresas, o principal motivo para a dificuldade de encontrar insumos é a desvalorização cambial. A moeda brasileira é a mais desvalorizada do mundo e um dólar americano já está valendo quase R$ 6, sem que haja perspectiva de melhora.
Segundo Humberto Barbato, a retomada das atividades ocorreu mais rápido do que o esperado. Entretanto, os fornecedores estrangeiros decidiram aumentar os preços. Assim, a resina plástica e o cobre, por exemplo, estão de 30% a 40% mais caros.
Indústria química também sofre
A indústria química, apesar de pouco falada, é a base para muitas cadeias produtivas. Assim, a recuperação e o aumento dos pedidos também cresceram. O problema é que há um aumento real de demanda que, atualmente, não se saber se é sustentável.
Por isso mesmo, os produtores estão temerosos em adquirir insumos com preços maiores e, eventualmente, terem dificuldade para escoar a produção. Em um momento de crise, tudo que ninguém quer é contrair novas dívidas.
Empresas podem parar
O aço, o cobre, e embalagens como o papelão, estão também escassos, o que tem preocupado os fabricantes de eletrodomésticos, eletrônicos e químicos. Segundo se apurou, as indústrias que tem um porte médio são as que mais sofrem atualmente.
Diante da situação, há empresas que atuam na fabricação da linha branca e de portáteis que podem não ter insumos até o final do mês. Nesse caso, a única alternativa possível seria parar as atividades, até conseguir reabastecer os estoques.
Dólar não deve baixar
A situação brasileira perante a moeda americana é preocupante. O dólar deve continuar variando, enquanto a eleição americana não sair. Mas o nosso problema interno é ainda maior.
Com o país se endividando cada vez mais e os investidores retirando o dinheiro do país, o real tende a ficar mais desvalorizado. Espera-se que as reformas possam ajudar a dar mais estabilidade.