Fundo soberano da Noruega registra perdas bilionárias no ano


O fundo soberano da Noruega, avaliado em US$ 1,15 trilhão, espera mais turbulência nos mercados financeiros

O fundo soberano da Noruega, avaliado em US$ 1,15 trilhão, espera mais turbulência nos mercados financeiros, ao passo que o mundo ainda combate a pandemia de coronavírus.

Foi o que relatou um dos oficiais mais altos na hierarquia do fundo nesta terça-feira (18), após este registrar perdas de 188 bilhões de coroas norueguesas, avaliados em US$ 21 bilhões, no primeiro semestre de 2020.

De acordo com o CEO que representa o fundo, Trond Grande, a pandemia não está de maneira alguma sob controle e segue sendo o principal problema para investidores. 

Resultados

As declarações foram feitas na apresentação de resultados semestrais do maior fundo soberano do planeta.

Entre janeiro e março deste ano, o fundo teve perdas avaliadas em US$ 153 bilhões com a queda dos mercados, o pior trimestre já registrado em sua história. 

De abril ao fim de junho, contudo, o fundo recuperou US$ 131 bilhões em meio à recuperação mundial, o melhor trimestre já registrado.

Grande disse à agência de notícias Reuters que não exclui a possibilidade de mais turbulência no mercado nesta temporada, a depender da pandemia do coronavírus amainar ou progredir em infecções e mortes.

“Nós já vimos uma espécie de recuperação em forma de ‘V’ nos mercados financeiros”, disse o gestor delegado. 

“Eu acho que há uma leve desconexão entre a economia real e os mercados financeiros”, adicionou, lembrando que estímulos governamentais não podem seguir para sempre.

O total descalabro de alguns setores, como lazer e turismo, ainda está para se desenrolar, afirmou Grande.

Gigante

Fundado em 1996, o fundo soberano tem participação em cerca de 9.200 companhias a nível global, detendo posição de 1,5% em todas as ações listadas. Os investimentos também variam em títulos e imóveis.

Estima-se que seu valor seja o equivalente a cerca de US$ 214 mil por cada homem, mulher e criança em Noruega.

Na primeira metade do ano, o retorno foi negativo em 3,4%, com queda de 6,8% nos títulos mobiliários e 1,6% nos ativos imobiliários, enquanto que o valor de retornos de renda fixa subiu 5,1% com a queda de taxas de juros.