Uma coisa que ficou clara com a chegada da pandemia do novo coronavírus foi que o Brasil não estava preparado para enfrenta-la. O que talvez muita gente não soubesse era que o nível da indústria estava tão baixo que nem máscaras descartáveis se produzia.
No restante do mundo a questão não foi diferente. A atividade industrial nos mais diversos setores se viu parada em virtude da pandemia, atingindo a economia de todos os países, dos ricos, dos emergentes e daqueles mais pobres.
Brasil caiu de produção
O Instituto de Estudos par ao Desenvolvimento Industrial (Iedi) elaboro um ranking sobre a produção dos países entre os meses de janeiro a junho. O Brasil ocupou apenas a 26º posição, o que é um problema pra um país que vive de exportações.
A atividade industrial brasileira teve um recuo de 9,7. Ainda assim o Brasil ficou a frente de países como Portugal, Alemanha, França, Espanha e Itália, que enfrentaram quarentenas rígidas e tiveram uma diminuição ainda maior.
Processo de desindustrialização
O problema para o Brasil é que já havia um processo de desindustrialização em curso. Ainda que a pandemia esteja perdendo força e as coisas comecem, aos poucos, a voltar ao normal, a situação ainda é mais difícil que a de outros países.
Enquanto o mundo todo tem evoluído e investido, por exemplo, na computação em nuvem, o Brasil está perdendo espaço. O Produto Interno Bruto (PIB) não para de cair e a participação no mercado global já não é a mesma de antes.
O pior ainda é o fato de que a fatia brasileira no mercado de manufaturas, que sempre foi o expoente das exportações, anda cada vez menor.
Brasil não evolui
A grande ameaça é o fato de que países mais desenvolvidos estão acelerando suas tecnologias, enquanto o Brasil está ficando para trás. O receio é que o país venha a se tornar um pária industrial, além de social.
O “reshoring” também atrapalha. Países estão sendo pressionados por suas populações a retirar industrias de países que não se utilizam de produções sustentáveis, um antigo problema nosso.