A honconguesa Winnie Tong pretende se mudar para a Grã-Bretanha com a sua família dentro de dois anos, mas está adiando os planos para comprar uma casa no país depois de os preços terem subido quase 15% desde abril.
A jovem de 40 anos de idade, que costumava hesitar sobre deixar Hong Kong, quer agora estabelecer-se em Birmingham, pois está preocupada com um ambiente cada vez mais politizado para os seus filhos pequenos.
“No ano passado, devido aos protestos contra a lei de extradição, quis migrar mais, e é praticamente este ano, devido à lei de segurança nacional, que estou determinada a mudar”, disse à mídia britânica.
Timing ruim
Os agentes imobiliários disseram ter vendido mais do dobro do número de apartamentos a compradores de Hong Kong nos últimos dois meses, com o pico nas compras principalmente para uso pessoal.
“As casas de boa qualidade estão todas vendidas e os preços estão mais caros”, disse Tong. “Há muitas pessoas de Hong Kong catando [propriedades] no Reino Unido agora”.
Em julho, o governo britânico ofereceu a cerca de 3 milhões de detentores de passaporte britânico em Hong Kong um caminho para a cidadania britânica, depois de Pequim ter imposto uma nova legislação de segurança em Hong Kong.
“Nunca recebemos tantas chamadas de clientes existentes”, disse Marc von Grundherr, diretor da imobiliária londrina Benham and Reeves, que aluga propriedades britânicas para cerca de 1.000 clientes em Hong Kong.
Libra leve
Uma libra mais fraca desde 2014 e um “feriado” de imposto de selo na Grã-Bretanha para casas com preços inferiores a 500.000 libras (R$ 3.689.380,29) também encorajaram os compradores de Hong Kong a investir no Reino Unido.
Outra imobiliária em Londres, a Arlington Residential, disse ter concluído mais de 10 negócios nos últimos dois meses, um número que normalmente alcançaria num ano.
Já a Centaline em Hong Kong disse ter vendido cerca de 60 apartamentos só em julho, acrescentando que tinha uma lista de espera de clientes devido a uma escassez de oferta.