Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são esperados para o início do mês de setembro. A expectativa é que os números revelem uma queda econômica no 2º trimestre ainda maior do que a que era esperada.
Governo e mercado já estão cientes de que a retração drástica colocará o país em uma recessão técnica. Em outras palavras, com o nível de atividade recuando dois semestres consecutivos, a retração só poderia culminar em uma recessão.
Recuperação demorada
Apesar de o país ter começado a se recuperar, com reação principalmente dos setores da indústria e do comércio, a expectativa é de apenas leve melhora no PIB de 2020. Para recupera o estágio pré-pandemia, será preciso aguardar até 2022, ao menos.
Além disso, os analistas tem apontado, com preocupação, a possibilidade de essa retomada sofrer um tombo a partir de dezembro. Isso porque é nessa época que deixarão de vigorar a maioria das medidas econômica adotadas pelo governo na pandemia.
Retração grande
Espera-se que a queda da economia brasileira tenha sido superior a 8% no último trimestre. Outras instituições financeiras acreditam que o tombo pode ser ainda maior, e chegar aos 10%.
Com a queda, o PIB brasileiro regride cerca de 10 anos e volta ao patamar de 2009, quando o mundo enfrentava uma crise mundial, causada principalmente pelos problemas enfrentados pelos Estados Unidos.
A maior queda do PIB já registrada foi de 3,9%, em 2008. Para ter uma ideia do tamanho do problema, hoje a queda prevista é mais que o dobro.
A maior recessão nos últimos 40 anos
O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas já considerava que o Brasil estava em recessão desde o primeiro trimestre. Agora, no entanto, os números apontam para a pior recessão dos últimos quarenta anos.
A expectativa é que o país volte a crescer no futuro, mas as incertezas causadas pela pandemia não ajudam. A recuperação pode ser de 2,4% ao ano, o que nos levaria a chegar próximo dos valores pré-crise apenas no segundo semestre do ano de 2022.