A pandemia do novo coronavírus causou muitos estragos às economias do Brasil e do mundo. Agora, ainda que não exista uma vacina, os países estão começando a lidar melhor com a situação e uma retomada econômica está em curso, em diversos setores.
Um dos pontos interessantes é que, ainda que muita gente tenha perdido o emprego ou visto sua renda ser reduzida, os índices de inadimplência não aumentaram de forma considerável.
Para o presidente do Banco Citi no Brasil, entretanto, a retomada da economia brasileira, para ser consistente, deve contar também com uma rigorosa responsabilidade fiscal.
O fisco é bom para o povo
Segundo o Marcelo Marangon, para haver confiança na retomada econômica em 2021 é preciso que haja responsabilidade fiscal. Segundo ele, a reforma da previdência trazia perspectivas animadoras, mas a chegada da pandemia impediu mais reformas.
Para ele, é preciso ter certeza de que o teto de gastos e juros será respeitado, bem como que as reformas administrativa e tributária voltem a ocorrer.
O problema das palavras do Citi é que nenhuma dessas reformas atingirá a atividade dos bancos. Mais ainda, enquanto o povo terá cada vez menos dinheiro, é bem provável que a reforma tributária, por exemplo, diminua a carga tributária para empresários.
Os bancos e o controle fiscal
O governo federal já demonstrou todo seu interesse em beneficiar determinadas áreas da sociedade ao propor, por exemplo, o perdão de dívidas de igrejas na casa de R$1 bilhão. Nesse cenário, dizer que a reforma administrativa trará confiança parece duvidoso.
Outro ponto que se destaca no quesito fiscal é que os bancos ocupam as primeiras posições entre os maiores devedores do INSS. Talvez, o controle fiscal pudesse começar, antes de reformas que atingirão o povo, com a cobrança dessas dívidas milionárias.
As perspectivas não são boas
Seja como for, para os próximos meses, a tendência é de necessidade de a população apertar o cinto. O governo já deu indícios de que não atuará para controlar a inflação. Em contrapartida, são grandes as chances de novos perdões milionários.