Nessa quinta-feira (05/11), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou em fala no 8º Fórum Liberdade e Democracia que a credibilidade fiscal se mostra como grande fator que pode ser responsável por fazer a diferença na questão da retomada econômica em médio prazo.
Em fala feita no evento organizado pelo Instituto Líderes do Amanhã, Campos demonstrou seu entendimento de que o foco deveria ser direcionado à credibilidade fiscal, e não propriamente a questões que acabam sendo tratados com maior importância. “O Brasil não gira na Selic, o Brasil gira na credibilidade”, afirmou.
Equilíbrio das contas públicas
No mesmo sentido, Campos buscou deixar claro que se faz necessário buscar o equilíbrio das contas públicas para que se pense em promover a diminuição da inclinação da longa curva de juros.
Como consequência desse fato, seria mais provável a chamada a investimentos para o país, o qual se tornaria mais atrativo para essa atividade.
Efeitos dos programas governamentais implantados durante a pandemia
Sobre os programas financeiros oferecidos pelo governo em meio à pandemia do Covid-19, o presidente do Banco Central entendeu que suas implantações contribuíram fortemente para compensar a perda salarial que teria afetado grande parte da população no período.
Desse modo, indicou que poderia ter sido acumulada uma espécie de “poupança circunstancial”, o que permitiria que a atividade fosse impulsionada de certa maneira em um curto prazo.
“Temos visto que grande parte é poupança circunstancial, é dinheiro que vai voltar para a economia”, disse Campos no referido evento.
Pontualidade da recente alta da inflação
Traçando um panorama acerca da recente alta da inflação identificada no Brasil, Roberto Campos Neto adotou uma postura tranquilizante em relação à atual instabilidade dos índices inflacionários.
Nesse sentido, buscou deixar claro que a ideia que vigora internamente no Banco Central é a de que a questão da inflação em alta no país se trata de uma característica pontual, o que significa dizer que não há motivos para maiores preocupações no tocante ao assunto, visto que se mostra ser algo momentâneo, sem grande potencial de ameaça à economia.