Acordo UE-Mercosul ameaçado por Bolsonaro


Foram muitos anos de tratativas pra que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul conseguisse alcançar um estágio mais palpável

Foram muitos anos de tratativas pra que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul conseguisse alcançar um estágio mais palpável. Quando tudo parecia resolvido e toda a região poderia sair beneficiada, surgiu o fator Jair Bolsonaro, que pode por tudo a perder. 

Os prazos para a ratificação do acordo estão se aproximando, mas as pressões para que a União Europeia não o assine só crescem. Principalmente por razões ambientais, governos, ativistas e até mesmo empresas têm lutado contra a aprovação.

A situação é tão complicada que ate mesmo a opinião pública europeia começou a se manifestar contra o pacto, que poderia diminuir em até 92% as tarifas alfandegárias aplicadas à exportação entre os dois blocos.

O que está em jogo

 Para se ter uma ideia do tamanho de uma eventual perda, é importante verificar que o acordo de comércio bilateral pode representar 25% do PIB mundial. É um mercado de 780 milhões de pessoas que pode naufragar. 

O acordo trata tanto de produtos industrializado quanto de commodities e o governo brasileiro acredita que pode ganhar até US$ 87 bilhões com ele considerando as tarifas alfandegarias hoje vigentes. 

A grande ameaça

O acordo pode ser ótimo para o país, mas o presidente da república tem feito o possível para fazê-lo naufragar. Ricardo Salles, o Ministro do Meio ambiente que deseja usar a pandemia para passar a boiada contra o meio ambiente, está conseguindo seu intento. 

O governo federal pouco faz para combater os incêndios criminosos nas florestas brasileiras, causados, como se sabe, por grileiros e grandes latifundiários. Pior, Jair Bolsonaro vai à ONU afirmar que os índios estão queimando as florestas. 

A situação na ONU pode ter parecido engraçada por algum viés, mas demonstra aos governos estrangeiros a impossibilidade de se confiar no governo brasileiro. 

Economia em declínio

A aprovação do acordo seria uma forma de o Brasil conseguir se reerguer mais facilmente. Isso porque o déficit das contas públicas está aumentando cada vez mais e a economia continua a patinar.

Em um cenário de incerteza, a União Europeia poderia ser um ótimo parceiro.