O Senado tem discutido novas metas para o Banco Central. A discussão ocorre no âmbito de um projeto maior, o de dar autonomia total ao órgão. A votação que estava prevista para esta semana foi adiada, devendo ocorrer apenas em 03 de novembro.
Um dos problemas para a votação do projeto sobre o Banco Central está ligada ao emprego. Discute-se a possibilidade de incluir um novo mandato ao órgão: fomentar o pleno emprego. A discussão, todavia, ainda não teve um desfecho.
Duas novas metas
O projeto atual prevê que o Banco Central deve ter como objetivo suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e, também, fomentar o pleno emprego. Na teoria, o Banco Central não gostaria de ter qualquer uma das atribuições.
Ao longo da história, o BC sempre entendeu que seu foco deveria estar no controle da inflação e no trabalho para manter a estabilidade financeira do país. Os senadores, no entanto, querem o órgão comprometido com o crescimento econômico do país.
Emprego não atrai o BC
Trabalhar com foco na geração de empregos não é algo que atraia a autarquia. No entanto, entre os parlamentares o tema é bastante bem visto. Eles entendem que o BC não pode ficar limitado a controlar inflação por meio da Selic.
O modelo de duplo mandato, com funções de controle de inflação e também de crescimento, remete ao que acontece com o Federal Reserve. O Brasil, como sempre, busca nos EUA modelos para a economia interna.
Banco Central tem medo de críticas
O órgão defende que sua atuação no controle da inflação, bem como guiando a taxa de juros, influenciam diretamente a geração de empregos em longo prazo. Afirma, ainda, que o aumento das atribuições pode causar um maior numero de criticas sobre a atuação.
Segundo o entendimento, ao colocar como meta o investimento em empregos, o Banco Central acabaria aberto aos ciclos políticos. Nesse caso, poderia haver uma pressão desnecessária para que fosse estimulada a criação de empregos.
O projeto ainda continua em discussão até o mês de novembro.