Renda Brasil estava quase pronta quando veio a ordem para suspendê-la


Jair Bolsonaro estava empenhado em defender o seu programa Renda Brasil

Jair Bolsonaro estava empenhado em defender o seu programa Renda Brasil. Ainda que haja dúvidas se ele realmente tinha a intenção de aprovar o programa, ou se era apenas mais uma de suas falácias, a verdade era que ele falava dele em várias ocasiões. 

Com a tentativa de enterrar da história do governo os programas sociais do governo Lula que deram certo, Bolsonaro havia encomendado uma série de programas e slogans para substituir o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família. 

Enquanto os técnicos ajustavam os últimos detalhes do programa, veio a notícia de que o programa estava oficialmente cancelado e suspenso, sem previsão de retorno a mesa. 

Segredos

O estopim para a virada na argumentação e para a ordem de Jair Bolsonaro para travar o programa foi uma entrevista dada por Waldery Rodrigues, que explicou como o Ministério da Economia faria para fornecer o benefício em um valor maior que o atual.

Segundo Waldery, a ideia era congelar todos os benefícios previdenciários, incluindo pensões, aposentadorias, salário família e auxílio doença, por cerca de dois anos, para que houvesse, então, dinheiro para pagar pela Renda Brasil. 

O problema é que o governo tinha a intenção de que essa informação passasse furtivamente, provavelmente em algum inciso ou parágrafo que passasse despercebido pela população durante a aprovação do projeto.

Como a verdade veio a tona, Bolsonaro foi obrigado a recuar, e o fez dizendo que não haveria Renda Brasil em seu governo. 

Clima quente entre Presidente e Economia

Bolsonaro afirmou que foi surpreendido pelas manchetes dos jornais e pelas notícias de como o Ministério da Economia estava trabalhando o orçamento de 2021 e de onde o dinheiro sairia para pagar a conta do benefício.

No Ministério, os técnicos faziam os últimos ajustes para o lançamento da Renda Brasil quando foram surpreendidos com a desistência do presidente. 

Para o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi nomeado, com teórica independência, fica a difícil necessidade de encontrar dinheiro para bancar os projetos do patrão, sem que isso prejudique as aspirações eleitorais dele.