Senado aprova texto sobre autonomia do Banco Central


Com 56 votos a favor e apenas 12 contra, o Senado Federal aprovou o texto-base do projeto que visa a autonomia do Banco Central. Basicamente, o texto tira poder do governo e deixa na mão de empresários e do mercado financeiro. 

A medida é defendida pelo mercado, principalmente pelos cinco bancos privados com maior atuação no país. A ideia também é uma das bandeiras que foi levantada por Bolsonaro durante a sua campanha presidencial. 

PT apresentou emenda

Depois de o texto base ser aprovado, agora é a hora de analisar uma emenda feita pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Na prática, a ideia é criar uma quarentena de 12 meses para que ex-diretores do Banco Central voltem a trabalhar no mercado financeiro. 

O texto que foi aprovado prevê uma quarentena de apenas 6 meses. O período é importante para evitar que profissionais que atuam no governo tomem decisões pensando nos postos que irão ocupar após deixarem a diretoria do Banco Central. 

Outro ponto da emenda prevê, também, a impossibilidade de indicar diretores que estivessem, no último ano, ocupando altos cargos em instituições reguladas pelo Banco Central.

Como o Senado é praticamente todo governista, a tendência é que a emenda seja rejeitada e o texto seja, então, encaminhado à Câmara dos Deputados. 

Oposição lamenta

A oposição vê a aprovação do projeto como um erro. A chamada autonomia do Banco Central, segundo os opositores, na verdade faz com que o Órgão passe a atuar em favor de interesses de grandes grupos financeiros.

Os grandes beneficiados dessa mudança, por exemplo, seriam instituições como Itaú, Santander e Bradesco. Em outras palavras, servindo apenas ao mercado financeiro, o Banco Central deve se importar, principalmente, com lucro. 

Hoje, o Banco Central é utilizado, por vezes, como um fiel da balança, para tentar diminuir desigualdades, controlar os juros e manter a economia estável. As coisas podem mudar se o interesse passar a ser unicamente financeiro.

Na última semana, o COPOM manteve a taxa básica de juros em 2%, mas o mercado financeiro queria juros menores. Esse é só um exemplo.