O texto do projeto que prevê uma atuação autônoma e independente do Banco Central pode ser votado no plenário do Senado na próxima terça-feira (2). O texto está na pauta e os parlamentares também podem votar alguns vetos.
A sessão é um pequeno intervalo no empenho de alguns congressistas nas eleições municipais. Considerando isso, é possível que várias votações de interesse do governo ocorram a toque de caixa, inclusive a votação sobre o Banco Central.
Deputados estão na contramão
Quanto aos deputados, no entanto, aparentemente não há interesse em deliberar nenhum item específico da casa. Isso foi o que disseram quatro deputados ouvidos em anonimato e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Na verdade, o plenário da Câmara está obstruído duplamente. A oposição quer que seja votada uma medida provisória prorrogando o auxílio emergencial, já o “centrão” quer o comando da casa e da Comissão Mista de Orçamento.
Votações vão ocorrer
Apesar de tudo, as votações ainda devem ocorrer. Segundo se apurou, a votação envolvendo a independência do Banco Central é bem vista no senado, de modo que são grandes as chances de aprovação.
O Banco Centrão poderá receber depósitos voluntários de outros instituições financeiras, o que lhe permitiria controlar melhor a moeda, sem impactos na já absurda dívida pública.
Sessão do Congresso também é incerta
Davi Alcolumbre, presidente do Congresso, ainda não definiu a pauta de votação da sessão do Congresso. Há dúvidas, por exemplo, se ele colocará ou não em votação o veto sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.
Se o veto for mantido, as empresas que hoje são beneficiadas irão deixar de receber o benefício a partir de janeiro de 2021. Segundo consta, as chances de derrubada são grandes, então, o governo precisa conformar-se logo com a derrota.
Votações vazias
As duas votações, ainda que tenha impacto econômico, estão longe de resolver os problemas efetivos da economia brasileira. O governo federal, até o momento, não apresentou nenhum projeto com capacidade mínima de fazer a economia voltar a crescer.