Na pandemia o brasileiro preferiu comprar tijolos a roupas


A quarentena forçada colocou muita gente em casa. A ideia era que o isolamento social impedisse o crescimento da pandemia do novo coronavírus. Com isso, muita gente decidiu investir em reformas ou construções que estavam há muito tempo sendo adiadas. 

No mesmo sentido, com as lojas de roupas e o comércio em geral fechadas, as compras de vestuário cresceram bastante. 

Na ponta do lápis, considerando a oferta e a procura, o resultado se deu nos preços. Enquanto o valor do tijolo ficou 4,67% mais caro no mês de setembro, as roupas femininas tiveram uma queda de 5,37%.

Houve crise, mas também economia

Obviamente que muita gente sofreu com a perda de emprego e a diminuição da renda durante a pandemia. No entanto, houve também uma economia com combustível, transporte público, hotéis, passagens aéreas, cinema e diversos outros. 

A classe média, então, decidiu que seria boa ideia investir esse dinheiro, que não costumava sobrar, em artigos para a própria casa. 

Com isso, somente no mês de agosto, o setor varejista brasileiro bateu recordes no volume de vendas. Quem puxou os números para cima foram os segmentos de eletrodomésticos e de materiais de construção. 

Consumo domiciliar cresceu com as pessoas em casa

Passando mais tempo no próprio lar, as pessoas tiveram a oportunidade de verificar quais eram suas necessidades. A mudança de consumo, então, passou a focar no consumo domiciliar. Como a alteração foi abrupta, o resultado se reflete nos preços mais altos. 

Somente o tijolo já ficou 22,32% mais caro nos 9 meses iniciais do ano. O cimento, por sua vez, ficou 13,19% mais caro. O setor de cama, mesa e banho também aumentou 5,11% os preços, enquanto que os computadores ficaram 20,58% mais caros. 

Os preços não devem baixar tão cedo

Obviamente o valor dos produtos reflete a fase mais dura da pandemia. Porém, não se deve esperar que eles baixem, mesmo com o relaxamento da quarentena. 

Isso porque a indústria está enfrentando dificuldade para encontrar matéria prima. Pior que isso, quando encontra, os valores estão muito superiores aos anteriormente cobrados.