O ministro da economia, Paulo Guedes, tem um plano para desonerar as folhas de pagamento das empresas. A ideia que beneficiará os empresários, entretanto, passa pela criação de um novo tributo, nos moldes da antiga CPMF, um fantasma que sempre volta.
O anúncio de Guedes, entretanto, provocou a reação de empresários que são contra a medida. Já o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), já afirmou a seus interlocutores que um novo imposto não passará pelo Congresso de forma fácil.
Alcolumbre se manifestou nesse sentido em conversas que teve com Márcio Bittar (MDB-AC) e Fernando Bezerra (MDB-PE).
Até os bancos são contra
A primeira resposta negativa veio da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, por meio de seu presidente, Isaac Sidney. Segundo ele, o novo imposto tende a trazer um efeito extremamente negativo para a retomada econômica pós pandemia.
Com um forte impacto nas operações de crédito, o imposto seria mais um entrave para reduzir os custos do crédito no país, que já são bastante altos.
Deputados também se reuniram com empresários de diversos setores e ouviram de quase todos a mesma informação: o novo imposto não é bem-vindo.
Proposta ainda em andamento
A definição sobre a criação do novo tributo continua em suspenso, havendo discussão entre várias partes do governo. Isso porque Bolsonaro, que é a mente por trás da proposta, tem tentado colocar nas costas do Congresso a sua autoria, aos olhos do público.
Na próxima segunda-feira (28), Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve se reunir com Baleia Rossi (SP), que é autor da proposta da PEC 45 e também com Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o relator da reforma tributária.
Os três deverão se debruçar sobre a proposta de criação de novo imposto que foi apresentada por Ricardo Barros (PP-PR), que é o líder do governo na Câmara.
Bons ventos
Ainda que a discussão permaneça, a boa notícia é que os três se demonstraram contra a proposta. O governo quer vincular a criação do novo imposto a proposição da reforma tributária.
A esperança é que o Congresso não aceite os termos de Bolsonaro.