Contas do governo terão rombo de R$ 861 bilhões em 2020


Ministério da Economia divulgou nessa terça-feira (22) um relatório no qual aponta que o déficit primário das contas do governo

O Ministério da Economia divulgou nessa terça-feira (22) um relatório no qual aponta que o déficit primário das contas do governo federal deve alcançar o montante de R$861 bilhões, considerando as receitas e as despesas de todo o ano. 

Considera-se que há déficit primário quando as receitas do governo, alcançadas com impostos e contribuições, são menores que as despesas. Nessa conta não está incluído, ainda, os gastos que o governo tem para pagar os juros da dívida pública. 

O rombo só cresce

A previsão atual tem como base o mês de agosto, mas é possível perceber que o déficit tem crescido mês a mês. Em julho ele era de R$787,6 bilhões. Em maio a previsão do Ministério da Economia era de R$ 787,4 bilhões.

Com o passar dos meses, entretanto, o que se vê é que o governo federal pouco tem feito para mudar esse cenário. Enquanto o presidente da república usa seu tempo na ONU para culpar índios por queimadas, a economia brasileira derrete. 

Dívida muito além da prevista

O orçamento de 2020 já previa que o Brasil poderia ter um déficit nas contas públicas. Esse número, porém, previa um déficit primário de no máximo R$124 bilhões. Hoje o governo deve mais de seis vezes esse valor. 

O decreto de calamidade pública proposto pelo Governo Federal e que foi aprovado pelo Congresso permite que essa previsão inicial do orçamento não seja cumprida. Sem a necessidade de cumprir a meta, o governo está livre para gastar como quiser. 

Gastos com coronavírus

Ainda que o governo tenha deixado os Estados por conta própria na maior parte da pandemia, o Ministério da Economia afirma que o rombo nas contas públicas decorre, principalmente, dos gastos com saúde e combate à covid-19. 

Outro ponto alegado pelo governo é de que as ações para combater o desemprego e a diminuição da renda da população também contribuíram para que o déficit crescesse.

Por um motivo ou outro, a verdade é que o governo atual fez crescer a dívida pública e diminuiu sua capacidade de investimento.